Uma das matérias mais interessantes da revista Entertainment Weekly da semana passada é uma chamada “Natalie Portman Has 5 Films this Year and she's not Alone” ("Natalie tem cinco filmes este ano e não é só ela", abordando a coincidência de que vários atores/astros têm mais que dois filmes para lançar em 2011 e isso pode resultar num "overexposure", ou seja, uma superexposição. O que é ruim, já que o público pode se cansar do ator.
Vejam o caso de Johnny Depp, que estará em Rango (março, ainda que apenas em voz), Piratas do Caribe IV (maio) e The Rum Diary (sem data). Brad Pitt em The Tree of Life, maio, Moneyball, setembro e Happy Feet 2, apenas voz, ou Channing Tatum (será astro?) em The Dilema, que já estreou e é horrível, mas o papel dele é pequeno, The Eagle, fevereiro agora, Haywire, sem data, The Son of No One, e Ten Year, ainda sem datas.
Outros no mesmo caso: Ed Helms, James Franco, Jennifer Aniston, Daniel Craig e Matt Damon (The Adjustment Bureau, março, Contagion, outubro, Happy Feet 2, só voz em novembro, We Bougth a Zoo, dezembro e Margaret. Todas as datas são da estreia americana).
Natalie Portman com a quase certeza de seu Oscar, tem No Strings Attached/Sexo sem Compromisso, já estreou lá e foi relativamente bem,The Other Woman, que estreia esta semana nos cinemas americanos, Your Highness (comédia prevista para abril, com James Franco), Hesher(abril) e Thor (maio). Alguns foram rodados já há algum tempo, outros ela justifica que coincidiram de dar certo um após o outro. Mas ela promete parar um pouco para descansar depois do bebê.
The Other Woman
Uma prática muito comum atualmente para filmes pequenos e de arte, é serem exibidos antes em VOD, nos hotéis e mesmo em certas residências. Foi assim que eu assisti a este filme que tem o charme de ter sido dirigido por Don Roos, que eu tinha admirado em sua estreia e que foi o divertido e satírico (e gay), O Oposto do Sexo (onde ele já trabalhava com sua musa Lisa Kudrow de Friends, que também está aqui no papel da esposa chata). Sua marca registrada era o humor ferino, demolidor, que voltou a usar nos filmes seguintes (Mais que o Acaso/Bounce, 99, com Gwyneth Paltrow e Ben Affleck, então namorados) e Happy Endings/Finais Felizes,05, novamente com Lisa. Nenhum deles sucesso.
Este novo trabalho está no IMDB com o título que foi filmado, que é justamente o do livro original de que foi adaptado, aliás, o bonito Love and Other Impossible Pursuits, de Ayelet Waldman. Mas Roos perdeu a mão, fez um filme lento, banal, sem emoção, sem empenho e o que é pior, sem humor.
Não há nada de novo, diferente ou especial na história de uma secretaria temporária, que se casa com o patrão (o fraco Scott Cohen, de Beijando Jessica Stein) que para isso larga de sua esposa de muitos anos. Mas isso não é o importante da história, há duas outras situações mais fortes:
1) Natalie ou Emilia, como é chamada, ficou traumatizada porque o bebê que ela teve com o marido mais velho e rico morreu logo depois de causa não muito bem explicada.
2) Por isso também, ela tem dificuldades de manter uma boa relação com o enteado, William (o bom ator infantil William Tahan) e também com sua própria família, em particular o pai. Na verdade, esse é o foco maior do filme, o relacionamento entre madrasta e enteado, que é amarrado com excessiva facilidade.
No filme ocorre com Natalie o que acontecia muito antes de Cisne Negro, ela está passiva, sem garra e sem alma. O filme já está fadado ao fracasso, mas, felizmente para ela, deve passar em branco. Ninguém vai nem notá-lo.
Rubens Ewald Filho
r7
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