Depois do grande sucesso Batman - e o cavaleiro das trevas que faturou US$1 Bilhão e deu 8 indicações ao Oscar Hollywood esperou que o cineasta Christopher Johnathan era fazer uma revolução no próximo filme com o filme "A Origem" o filme do momento nos EUA, tem sido acolhido. Ele é tratado com reverência mesmo por quem torceu o nariz para o homem-morcego. A coragem de Nolan de fazer um blockbuster adulto - o único este ano - para a temporada de verão no Hemisfério Norte, quando os grandes estúdios cada vez mais infantilizam sua produção, já foi suficiente para tornar a superprodução protagonizada por Leonardo DiCaprio singular. - Há períodos em que vou ao cinema e sinto como se não experimentasse nada novo. Mas, no intervalo de uma semana, aparece algo que me arrebata e eu passo a acreditar de novo na força dos filmes. Talvez por isso, ao filmar com dinheiro alheio, eu tenha tanta preocupação em dar ao espectador algo que possa entreter, mas também desconcertar - diz Nolan, em entrevista ao GLOBO em Los Angeles. Depois de arrecadar US$ 142,8 milhões em duas semanas, apesar de concorrentes como "Meu malvado favorito" e "Salt" estarem canibalizando o mercado exibidor, o longa de Nolan vem sendo tratado como o novo "Matrix". Desde 1999, quando Keanu Reeves estrelou o coquetel regado a Platão, Kant e Bruce Lee dos irmãos Wachowski, nenhuma ficção científica impressionou tanto o cinema americano.
- Conexões com "Matrix" são claras para mim: ambos os filmes levam você a se perguntar se a imagem à sua frente corresponde a um fato real ou a uma ilusão. Mas eu não classificaria "A origem" como uma espécie de "Blade runner". O filme de Ridley Scott criou um universo novo, dramatúrgica e visualmente. O meu filme trabalha com um universo que está bem perto de qualquer um de nós. Basta dormir para se chegar a ele - explica Nolan. - Sonhos são um patrimônio universal. Sonho é a matéria básica deste filme que consumiu US$ 200 milhões - US$ 137 milhões a mais do que "Matrix" - em locações na Inglaterra, no Canadá, no Japão e no Marrocos. Em todos esses locais, Nolan rodou sequências de tiroteio e perseguição atípicas até para DiCaprio, que encarou a máfia e o FBI a bala em "Os infiltrados" (2006). - Gosto de pensar que sou um diretor de filmes de ação. Mas faço filmes de ação que possam fazer a plateia pensar. Não sou muito de citar parâmetros cinematográficos, embora diretores como Terrence Malick ("Além da linha vermelha") e Nicolas Roeg ("O homem que caiu na Terra") me impressionem e estimulem na concepção visual - diz Nolan, projetado para o estrelato em 2000, após o êxito inusitado de "Amnésia", thriller narrado de trás para frente, cuja montagem surpreendeu críticos.
Mais surpresa ainda têm causado as fusões e os cortes rápidos usados para montar as sequências de fugas e duelos armados nas paisagens visitadas por Cobb, o ladrão interpretado por DiCaprio. Cobb precisa desesperadamente que suas vítimas sonhem, pois só assim ele pode invadir a mente delas para roubar... ideias. E, para isso, ele depende de um arquiteto, um matemático especializado em imaginar cenários para ocupar a mente sonolenta de quem Cobb quer assaltar. Essa função, exercida num primeiro momento por Lukas Haas (o garotinho de "A testemunha", hoje crescido), será executada por Ariadne, interpretada por Ellen Page, a elogiada estrela de "Juno" (2007)
- Decifrar os múltiplos sentidos que um filme pode ter é uma tarefa que vinha sendo negada ao espectador. Um filme é como um sonho. A cada dimensão, vem uma surpresa - diz DiCaprio, consolidando seu segundo blockbuster em 2010, após o êxito de "Ilha do medo", de Martir Scorsese, lançado em março. - Eu fico me perguntando o que aconteceria se o roteiro de "A origem", que Chris Nolan escreveu, fosse oferecido a outros cineastas. Acho que nenhum outro diria sim ao projeto.
Fonte:Globo Online
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